Inclusão Sociopolítica dos Povos Indígenas: expedição chega ao fim com visita ao povo krahô

Projeto abrange todas as etnias do Estado.

Imagem colorida de Indígena Krahô sentado ao lado da urna eletrônica durante votação simulada

“Vocês estão plantando a semente e não podemos deixá-la morrer. Queremos que esta semente dê frutos para o futuro de nossa comunidade”. A fala do líder indígena Dodani Krahô, da Aldeia Manoel Alves, resume bem a intenção do projeto Inclusão Sociopolítica dos Povos Indígenas do Tocantins, que neste mês de novembro finalizou uma expedição a aldeias de todo o estado para levar informação a respeito do processo político, incentivar a participação dos indígenas, fomentar o voto consciente e a representatividade. Fechando o cronograma de visitas, a equipe do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) percorreu três aldeias da etnia Krahô entre os dias 5 e 7 de novembro. Cerca de 400 pessoas participaram das ações realizadas pela Justiça Eleitoral.

Na aldeia Pedra Branca, município de Goiatins, cerca de 85 indígenas da própria aldeia e das aldeias Campo Limpo e São Vidal participaram do encontro com o juiz membro do TRE-TO, José Maria Lima; o coordenador do projeto, juiz Wellington Magalhães; o procurador federal junto à Funai, Lusmar Souza Filho; a defensora pública de Pedro Afonso, Tereza de Maria Nunes;  o professor da Universidade Federal do Norte, Francisco Edwirges; representantes da Funai, do Executivo e Legislativo municipal. Em um momento de bate-papo e troca de experiências, a equipe do TRE-TO e parceiros reforçaram a importância do voto consciente, da participação política e da representatividade indígena. "Este país tem uma dívida histórica com o povo indígena e esse programa visa resgatar a cidadania de todos os indígenas do nosso estado; e um dos mecanismos de pleno exercício da cidadania é o voto. Esta é a mais legítima forma de participação e queremos ajudar, trazer condições para que toda a comunidade indígena possa votar e votar com consciência, em busca de uma maior participação e também representatividade", disse o juiz membro do Tribunal. 

“O que a Justiça Eleitoral quer é a participação de cada um de vocês na escolha dos nossos representantes. E que vocês escolham aquele candidato que vai realmente representar o povo indígena lá fora. O voto é o maior instrumento que temos nas mãos para melhorar a qualidade de vida aqui na comunidade, seja através da construção de uma escola, de um campo de futebol ou da reforma de um posto de saúde. Para isso, os indígenas precisam de um representante legítimo, escolhido por vocês”, complementou o coordenador do Programa, Wellington Magalhães, durante conversa com os líderes da comunidade.

Na aldeia Cachoeira, também pertencente ao município de Goiatins, aproximadamente 150 indígenas da própria aldeia e de comunidades do entorno (Aldeia Pé de Côco e Aldeia Pedra Branca) participaram do momento de conversa e da votação simulada - que permite ao eleitor indígena um contato mais próximo com a urna. Para o cacique da aldeia Cachoeira, Odílio Krahô, a iniciativa contribuiu para orientar melhor a comunidade. "Aprendemos muito com a vinda do TRE aqui na aldeia; agora nós vamos nos reunir internamente, nós índios, para pensar em tudo o que foi falado; precisamos de união para ter alguém que nos represente na Câmara Municipal, na política. Isso é muito importante para trazer melhorias para o nosso povo”, disse. 

Já na aldeia Manoel Alves, em Itacajá, cerca de 130 indígenas de oito aldeias se reuniram para receber a Justiça Eleitoral. Todos os caciques tiveram um momento para expor seus pontos de vista e tirar dúvidas. Para a cacique Janaína Krahô, da Aldeia Maravilha, a mensagem que ela leva do encontro é de união e comprometimento entre os indígenas. “Temos jovens preparados para entrar na política; chegou a hora de nos juntarmos para ter um representante.Muito importante a união agora”, afirmou.  “Temos que repensar nossas ações, mudar, nos unir como povo para garantia dos nossos direitos”, complementou o cacique da Aldeia Manoel Alves, Roberto Krahô.

Entre os meses de outubro e novembro, a Justiça Eleitoral do Tocantins visitou oito aldeias do estado, em três expedições que abrangeram as cinco etnias presentes no estado: Xerente, Apinajé, Karajá, Javaé e Krahô.

Atendimento

Parceira do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins, a Defensoria Pública do Estado participou das ações com atendimento aos indígenas nas aldeias Pedra Branca e Cachoeira. Cerca de 20 demandas foram atendidas, sendo a maioria solicitações de alteração/revisão de nome em documentos de identidade.

"A comunidade indígena, além de ser considerada hipossuficiente financeiramente, também é carente juridicamente. Por isso estamos aqui, para atender, orientar e prestar toda a  assistência necessária em suas demandas”, explicou a defensora pública Tereza de Maria Nunes. 


Paula Bittencourt (ASCOM/TRE-TO)

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