As comunidades indígenas Krahô e Karajá-Xambioá recebem esta semana a equipe da Justiça Eleitoral do Tocantins para discutirem sobre a participação no processo eleitoral. As visitas nas aldeias do centro-norte do Estado encerram a segunda etapa do Projeto de Inclusão Sociopolítica dos Povos Indígenas, realizado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO), com o apoio da Escola Judiciária Eleitoral (EJE-TO). A ação contempla as aldeias de etnia Krahô Santa Cruz (33ª ZE de Itacajá – 11/9), Pedra Branca (32ª ZE de Goiatins – 12/9) e Karajá-Xambioá, no município de Santa Fé do Araguaia (34ª ZE de Araguaína – 13/9). 

Nesta terça-feira, as atividades foram realizadas  na  Escola Estadual da Aldeia Santa Cruz, e contou com a participação de indígenas representantes de 11 aldeias Krahô (Aldeia Aldeia Santa Cruz, Paraíso, Água Branca, Taypoca, Kapey, Cristalina, Coqueiro, Barra, Mangabeira, Buritizal e Forno Velho), localizadas no município de Itacajá.  

A chefe de cartório da 33ª ZE, Magna Olinto, explicou como funciona a montagem das seções nas aldeias, rota de transporte de eleitores, como é feita a segurança durante a votação e a importância do comparecimento de todos na votação.

"Este projeto do Tribunal, além de fomentar a representatividade, levar informações, orientações  in loco, também  mostra a preocupação da Justiça Eleitoral em garantir plena segurança ao eleitor indígena no momento do voto. Não fazemos distinções, vocês indígenas, têm pra nós o mesmo peso, o mesmo valor que o eleitor branco. O nosso objetivo  é atender a todos, com a mesma atenção e excelência nos serviços prestados pelo TRE-TO. Vocês são cidadãos e devem ter orgulho pelo direito conquistado”, afirmou Magna.

O cacique  da Aldeia Santa Cruz, Ariston Krahô, participou da primeira etapa do projeto realizada em Palmas e ficou feliz em receber a equipe da Justiça Eleitoral. “Fomos muito bem recebidos pelo TRE em Palmas e hoje recebemos o TRE com muito respeito, e agradecemos por virem até aqui, junto ao nosso povo, para nos trazer essas informações e orientações que tanto nos ajudam".

Ariston também falou da necessidade de respeitar as tradições hierárquicas e culturais dos povos, e ressaltou a importância de escolherem representantes que lutem pelos interesses das comunidades. "Respeitamos a nossa cultura, damos força e apoiamos os governantes para que nos enxerguem e nos dê o valor e o respeito que merecemos".

Palestra

Durante palestra bastante interativa, o juiz eleitoral da 29ª ZE de Palmas e representante da Escola Judiciária Eleitoral, Luis Otávio de Queiroz Fraz, falou sobre a aproximação da Justiça Eleitoral com as comunidades e o reforço na segurança e garantia dos direitos do cidadão no momento do voto.

 “Através desse projeto do TRE-TO, percorremos aldeias de todas as etnias do Tocantins para repassar informações sobre a inclusão sociopolítica dos povos indígenas no processo eleitoral. Precisamos que a política entre vocês seja fortalecida. Vocês têm que marchar juntos, o índio tem que efetivamente participar do processo eleitoral. Vocês precisam de políticos que briguem pelos interesses de vocês”, finalizou.

Para a diretora Regional de Educação, professora Maria Lúcia Souza, "a ação é de grande importância, pois faz com que os indígenas compreendam todos os processos, tanto na área de educação política, social, econômica e também cultural. Com o TRE presente nas comunidades, abre-se um leque de informações e faz com que eles (indígenas) valorizem o seu voto”.

Após a palestra, a programação contou com a aplicação do jogo “Eleitor do Futuro em Ação”, coordenado pela servidora da EJE, Juliana Marques. Os indígenas receberam manual de votação traduzido para a língua krahô e puderam testar os conhecimentos em votação simulada nas urnas eletrônicas.

Parceria FUNAI 

A Fundação Nacional de Assistência ao Índio - Funai é parceira na realização das atividades, através da mobilização das comunidades, apoio logístico e alimentação.

"Nós estamos, com muito orgulho, integrados a esse grandioso projeto do TRE-TO, por entendermos que a Justiça Eleitoral tem dado a devida importância às comunidades indígenas. Este trabalho, além de trazer orientações, estimula a união dos povos em prol de um objetivo comum, para que se organizem e se fortaleçam, para que se façam efetivamente  representados", frisou o procurador da Funai Lusmar Soares Filho.

Eva Bandeira – ASCOM TRE-TO