Dialogando com a sociedade, população de Paraíso do Tocantins participa do programa +Mulher +Democracia

Roda de conversa reuniu cerca de 50 pessoas na noite de quinta-feira, 26.

Dialogando com a sociedade, população de Paraíso do Tocantins participa do programa +Mulher +Dem...

auditório do Fórum de Paraíso do Tocantins ficou cheio, na noite desta quinta-feira (27/05), de homens e mulheres interessados em dialogar a respeito de um importante tema para toda a sociedade: a participação feminina na política. Debate fomentado pela Justiça Eleitoral do Tocantins, ação faz parte do Programa +Mulher +Democracia, que está realizando uma série de rodas de conversas durante esta semana com o tema "A participação efetiva da mulher no cenário político tocantinense''.

Anfitrião no evento, o juiz da 7ª Zona Eleitoral de Paraíso, Edimar de Paula, abriu os debates falando a respeito da necessidade de se discutir a efetiva participação da mulher no processo político, uma vez que as mulheres representam 52% do eleitorado brasileiro. "É um tema muito propício a se discutir, precisamos conversar mais e saber onde está o erro dessa sub representação na participação ativa na política", alertou.

Na edição da roda de conversa em Paraíso, participaram da mesa de debates a desembargadora Ângela Issa Haonat, a advogada Jakeline Morais e a presidente da Associação Comercial de Paraíso, Juliana Martins. Mediando a conversa, a coordenadora do programa, juíza membro substituta do TRE-TO, Edssandra Barbosa, promoveu a discussão com foco no papel da mulher na sociedade, os principais desafios existentes e as conquistas alcançadas. “A nossa intenção é promover um debate diversificado; isso engrandece muito. Aqui temos pessoas diferentes, com diferentes pontos de vista; e essa troca nos permite enxergar além, nos ajuda a evoluir enquanto sociedade”, frisou.

Participando do evento, a conselheira tutelar de Paraíso, Elcivânia Barros, ficou satisfeita com os temas abordados na roda de conversa. "Essa iniciativa da Justiça Eleitoral é muito importante para nós, nos motiva a refletir e discutir esse tema bastante relevante, haja vista que se percebe um despertar por parte das mulheres brasileiras, em especial as tocantinenses, em buscarem cada vez mais ocupação efetiva em todas as esferas de poder", afirmou.

Debates

“Recusar à mulher a igualdade de direitos em virtude do sexo é negar justiça à metade da população“. Com essa reflexão de Bertha Lutz, bióloga e ativista feminina que muito contribuiu para que as mulheres conquistassem o direito ao voto, em 1932, a desembargadora Ângela Issa Haonat deu início à sua fala na roda de conversa. Para a magistrada, que já atuou como juíza eleitoral e foi coordenadora do programa +Mulher +Democracia, apesar das conquistas femininas ao longo dos anos no campo da política, ainda hoje a mulher trava grandes batalhas para ocupar os espaços de poder, tanto da esfera pública quanto privada. “Ainda assistimos a muita violência, de vários gêneros, contra a mulher; a maioria das decisões continuam sendo tomadas por homens, brancos e de uma classe social mais favorecida. Com isso excluímos uma grande parcela da população, que faz parte da democracia”, disse. “No contexto das eleições, nós precisamos da garantia do debate que dê voz a grupos que são silenciados ao longo do tempo; e precisamos discutir não só a participação da mulher eleitora e candidata, mas também a mulher membro da diretoria dos partidos. Não se trata apenas de justiça de gênero, mas de uma perspectiva de agregar valor à vida pública”, complementou.

Abordando a tímida participação feminina nos cargos de poder, e principalmente na política, a advogada especializada em Direito da Família, Jakeline Moraes também alertou sobre a necessidade de paridade entre os gêneros como forma de fortalecer a democracia.  "Nós mulheres pagamos metade da conta, então por que não estamos sentadas na metade das cadeiras dos lugares que são tomadas as decisões, ou seja somos 52% do eleitorado e não temos nem a metade disso convertido em cargos eletivos", atentou.

Presidente de uma instituição classista, a empresária Juliana Martins destacou que a mulher deve perceber a política presente em todos os momentos da vida, seja na política partidária, dentro das instituições privadas ou, como no caso dela, na política associativista. “Eu venho de um polo classista, onde os homens também são maioria. Hoje, sou presidente da Associação Comercial de Paraíso, em meu segundo mandato. Em 43 anos de entidade fui a primeira mulher a assumir o cargo”, compartilhou. 

Ainda segundo a debatedora, apesar da presença da mulher em espaços de poder estar aumentando, ainda hoje é preciso provar, a todo instante, sua competência para assumir as funções mais altas. “Eu percebo, por outras entidades que já participei, que geralmente a presença feminina é para cumprir cota; isso é muito deselegante com a gente. Por que quando a mulher é convidada para participar de qualquer processo político ela tem que provar que realmente tem capacidade de estar naquele lugar?”, indagou, reforçando que a paridade não deve ser meramente o cumprimento de uma obrigação, mas o reconhecimento do potencial das mulheres. 

Roda de Conversa

Fechando a programação da semana, nesta sexta-feira (27/05) a roda de conversa do programa + Mulher +Democracia será realizada em Natividade, às 14 horas, no Fórum da cidade. O evento será transmitido ao vivo pelo canal do TRE-TO no YouTube. 

 

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